Jason Miller, Conselheiro de Trump, Promete Não Desistir Até Prisão de Alexandre de Moraes…
Por Pedro Freitas – 12/10/2025.
A tensão entre Estados Unidos e Brasil acaba de ganhar um novo capítulo explosivo. Jason Miller, conselheiro próximo de Donald Trump e figura influente na Casa Branca, publicou nas redes sociais uma declaração que está dando o que falar: ele não vai “desistir” até que o ministro Alexandre de Moraes esteja “atrás das grades”.
A declaração aconteceu num momento delicado das relações entre os dois países e levanta questões sérias sobre até onde pode chegar esse embate político internacional.
Vamos entender o que está por trás dessa escalada de tensão e por que isso importa para todos nós.
Quem é Jason Miller e Por Que Suas Palavras Importam?
Antes de mais nada, é importante entender quem está fazendo essas declarações.
Jason Miller não é apenas mais um comentarista político nas redes sociais. Ele é conselheiro e ex-assessor direto de Donald Trump, mantendo influência significativa no círculo mais próximo do presidente americano.
Quando Miller fala, especialmente sobre assuntos internacionais sensíveis, suas palavras carregam peso. Elas refletem, no mínimo, uma corrente de pensamento forte dentro da administração Trump.
Em outras palavras: não estamos falando de uma opinião isolada ou irrelevante. Estamos falando de alguém que tem o ouvido do presidente dos Estados Unidos.
O Que Jason Miller Disse Exatamente?
No último sábado (11), Miller usou a rede social X (antigo Twitter) para responder uma postagem do deputado Eduardo Bolsonaro sobre o caso Filipe Martins.
O conselheiro de Trump escreveu:
“O que ele está fazendo com o presidente Jair Bolsonaro é repugnante, e o que ele fez com Filipe Martins é repreensível.”
Mas foi na sequência que a declaração se tornou ainda mais contcontundente:
“Não vou desistir até que o careca esteja atrás das grades e receba tudo o que merece.”
A referência ao “careca” é uma clara menção a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro.
O Contexto Por Trás da Explosão
Para entender a gravidade do momento, precisamos voltar um pouco no tempo.
O Caso Filipe Martins Como Estopim
Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais de Jair Bolsonaro, ficou preso preventivamente por seis meses. A justificativa inicial para mantê-lo detido foi a alegação de que ele teria fugido para os Estados Unidos em dezembro de 2022.
O problema? Documentos e evidências posteriores levantaram sérias dúvidas sobre essa versão dos fatos.
Eduardo Bolsonaro, que mantém canal direto com políticos republicanos nos EUA, publicou que Martins foi “preso por uma viagem que não fez” e agora está “acusado de uma reunião que não participou”.
Essa postagem foi o gatilho para a resposta inflamada de Jason Miller.
A Escalada Anterior: “Não Negociamos com Terroristas”
Essa não é a primeira vez que Miller critica duramente Alexandre de Moraes.
Há um mês, durante discurso sobre a ação penal da trama golpista, Moraes afirmou que “a soberania nacional jamais será negociada”.
A resposta de Miller veio rápida e contundente nas redes sociais:
“Seria sábio para o STF e o ministro Alexandre saber que os EUA não negociam com terroristas.”
Comparar um ministro do Supremo Tribunal de outro país a um terrorista é uma escalada diplomática significativa.
Por Que Isso Está Acontecendo Agora?
A intensificação das críticas de figuras próximas a Trump não é coincidência. Existem diversos fatores em jogo:
1. A Conexão Bolsonaro-Trump
Jair Bolsonaro e Donald Trump mantêm uma relação política próxima. Ambos se identificam como líderes conservadores que enfrentaram o que consideram perseguição do sistema judiciário.
Para aliados de Trump, o tratamento dado a Bolsonaro e seus apoiadores no Brasil é visto como injusto e politicamente motivado.
2. A Questão da Liberdade de Expressão
Alexandre de Moraes já enfrentou processos nos Estados Unidos por tentativa de censurar cidadãos americanos.
Existe até um projeto de lei no Congresso americano especificamente contra autoridades estrangeiras que praticam censura.
Para políticos republicanos, isso representa uma violação grave de princípios fundamentais.
3. O Timing Político
Com Trump de volta ao poder, há uma janela de oportunidade para pressionar autoridades brasileiras que são vistas como adversárias políticas dos aliados do presidente americano.
É importante notar: Essas declarações de Miller não representam necessariamente uma posição oficial do governo americano, mas certamente refletem uma linha de pensamento influente dentro da administração Trump.
As Implicações Diplomáticas
Esse tipo de declaração pública não acontece sem consequências.
Para o Brasil
O país se encontra numa posição delicada. Por um lado, precisa manter boas relações com os Estados Unidos, parceiro econômico e estratégico crucial.
Por outro, não pode parecer que está cedendo a pressões externas sobre decisões soberanas de seu sistema judiciário.
Para os Estados Unidos
Embora Miller não seja porta-voz oficial do governo Trump, suas declarações podem complicar o relacionamento bilateral entre os dois maiores países das Américas.
Diplomatas de carreira tradicionalmente evitam esse tipo de linguagem inflamada exatamente para não prejudicar interesses nacionais de longo prazo.
Para Alexandre de Moraes
O ministro se encontra no centro de uma tempestade internacional. Suas decisões, que seriam assunto interno do Brasil em outras circunstâncias, ganharam projeção global.
A CNN procurou a assessoria de Moraes para comentar as declarações de Miller, mas até o momento não obteve resposta.
O Papel de Eduardo Bolsonaro na Ponte EUA-Brasil
Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado e filho do ex-presidente, tem sido peça-chave nessa comunicação.
Ele mantém interlocução direta com Jason Miller e outros integrantes do governo americano, funcionando como uma espécie de canal informal entre os aliados de Trump e os bolsonaristas no Brasil.
Suas postagens nas redes sociais frequentemente são amplificadas por figuras americanas, criando uma espécie de eco internacional para questões domésticas brasileiras.
Contexto Histórico: Interferência ou Opinião?
Esse episódio levanta uma questão delicada: onde termina o direito à opinião e onde começa a interferência indevida em assuntos internos de outro país?
Precedentes Históricos
Não é incomum que políticos americanos comentem sobre situações de direitos humanos ou democracia em outros países.
Historicamente, os EUA se posicionaram publicamente sobre casos na América Latina, Ásia e África quando consideravam haver violações de princípios democráticos.
A Diferença Neste Caso
O que torna esta situação peculiar é a linguagem extremamente pessoal e agressiva usada por Miller.
Pedir explicitamente a prisão de um ministro de Suprema Corte de outro país vai além do comentário político tradicional.
Ponto de reflexão: Se a situação fosse inversa – um assessor brasileiro pedindo a prisão de um juiz da Suprema Corte americana – qual seria a reação nos Estados Unidos?
O Que Dizem os Especialistas?
Analistas de relações internacionais consideram esse tipo de declaração problemática por vários motivos:
Erosão da diplomacia tradicional: Comentários inflamados nas redes sociais substituem canais diplomáticos adequados.
Precedente perigoso: Se conselheiros presidenciais de qualquer país podem pedir publicamente a prisão de autoridades de outros países, isso abre uma caixa de Pandora.
Complicação para negociações: Torna mais difícil qualquer diálogo construtivo entre os governos sobre questões práticas que afetam ambos os países.
Perspectivas Para o Futuro
Para onde vai essa situação a partir de agora?
Cenário 1: Escalada Controlada
Diplomatas de ambos os lados trabalham nos bastidores para evitar que a retórica nas redes sociais contamine as relações oficiais entre os países.
Cenário 2: Intensificação da Pressão
Com mais casos envolvendo aliados de Bolsonaro avançando no sistema judicial brasileiro, as críticas de figuras próximas a Trump podem se tornar ainda mais frequentes e contundentes.
Cenário 3: Ações Concretas
O governo Trump pode considerar medidas específicas relacionadas ao Brasil, desde sanções individuais até restrições em áreas de cooperação.
É importante notar que essas são possibilidades, não previsões. O futuro dependerá de decisões políticas de ambos os lados.
Por Que Você Deve Se Importar?
Mesmo que você não seja particularmente interessado em política internacional, essa situação tem implicações práticas:
Economia: Tensões entre Brasil e EUA podem afetar comércio, investimentos e empregos.
Soberania nacional: Define até que ponto pressões externas devem influenciar decisões internas do país.
Precedente jurídico: Como casos políticos sensíveis são tratados pelo sistema de justiça afeta a todos, não apenas a figuras públicas.
Credibilidade internacional: A forma como o Brasil lida com essa pressão impacta sua imagem e influência global.
O Silêncio Oficial e Suas Interpretações
Um detalhe importante: até o momento desta publicação, não houve resposta oficial nem do gabinete de Alexandre de Moraes nem do governo brasileiro sobre as declarações de Jason Miller.
Esse silêncio pode ser interpretado de várias formas:
- Estratégia de não dar palco para declarações consideradas irresponsáveis
- Avaliação cuidadosa da melhor forma de responder diplomaticamente
- Decisão de tratar o assunto por canais oficiais, não pela imprensa
- Reconhecimento de que qualquer resposta apenas intensificaria a polêmica
Reflexões Finais
Este episódio revela algo importante sobre o momento político que vivemos: as redes sociais transformaram completamente a forma como a política internacional funciona.
No passado, esse tipo de tensão seria resolvido discretamente, através de canais diplomáticos estabelecidos. Hoje, tudo acontece sob os holofotes das redes sociais, com declarações públicas que não podem ser facilmente retiradas ou suavizadas.
Jason Miller tem o direito de expressar suas opiniões? Certamente. Suas declarações são produtivas para as relações entre Brasil e Estados Unidos? Isso é muito mais questionável.
O que fica claro é que a tensão entre figuras próximas a Trump e o ministro Alexandre de Moraes não vai desaparecer tão cedo.
Fontes:
Fontes utilizadas para contextualizar declarações políticas e tensões diplomáticas entre lideranças brasileiras e americanas.
Trump culpa Moraes: Tarifaço imposto ao Brasil é resultado dos …

