Rio de Janeiro Vive Cenário de Guerra com Mais de 60 Mortos Enquanto Governo Federal Se Omite da Crise
O Rio de Janeiro amanheceu nesta terça-feira (28) como uma praça de guerra. A megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha resultou em pelo menos 64 mortes, incluindo quatro policiais, tornando-se a operação mais letal já registrada na história do estado. Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrava-se na Malásia, discutindo acordos comerciais, aparentemente alheio à tragédia humanitária que se desenrolava em solo brasileiro.
O que deveria ser uma ação coordenada de segurança pública transformou-se em um emblema das falhas estruturais do governo federal em lidar com o crime organizado. Além disso, a ausência de apoio federal ao estado do Rio de Janeiro expõe uma contradição profunda: enquanto o governo critica as bets e promete combater a violência, ele se mostra incapaz ou desinteressado em tomar medidas efetivas quando a situação exige ação concreta.
A Operação Mais Letal da História do Rio
A Operação Contenção mobilizou mais de 2,5 mil agentes de segurança com o objetivo de capturar 100 traficantes do Comando Vermelho (CV) e retomar o controle de áreas dominadas pela facção criminosa. O planejamento levou 60 dias e envolveu policiais do Comando de Operações Especiais (COE), unidades da Polícia Militar e diversas delegacias especializadas da Polícia Civil.
Números que Chocam
Os números da operação revelam a magnitude da tragédia:
- 64 mortos confirmados, sendo 4 policiais
- 81 pessoas presas durante a ação
- Mais de 2,5 mil agentes mobilizados
- 28 escolas fechadas no Complexo do Alemão
- 17 escolas fechadas na Penha
- 120 linhas de ônibus com trajetos alterados
Portanto, não estamos falando apenas de uma operação policial de rotina. Trata-se de uma ação militar em território nacional, com proporções que deveriam ter mobilizado a atenção máxima do governo federal.
Criminosos Usam Drones para Lançar Granadas
Um dos aspectos mais alarmantes da situação é o nível de armamento e organização das facções criminosas. Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram que os criminosos chegaram a usar drones para lançar granadas contra os agentes de segurança.
“É assim que a polícia do Rio de Janeiro é recebida por criminosos: com bombas lançadas por drones. Esse é o tamanho do desafio que enfrentamos. Não é mais crime comum, é narcoterrorismo”, declarou o governador Claudio Castro (PL).
A Omissão Inaceitável do Governo Federal
Enquanto o Rio de Janeiro enfrentava o pior dia de sua história recente em termos de violência urbana, onde estava o presidente da República? Na Malásia, discutindo acordos comerciais e criticando guerras em outros continentes, aparentemente desconectado da guerra que acontecia em seu próprio país.
Pedidos de Ajuda Negados
O governador Claudio Castro revelou que fez três pedidos de empréstimo de blindados ao governo federal, e todos foram negados. Segundo ele, a justificativa foi que isso só poderia ocorrer dentro de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), e que “o presidente Lula é contra a GLO”.
“Fizemos três pedidos de empréstimo de blindados e todos foram negados”, afirmou Castro em coletiva. “Disseram que só poderia ocorrer dentro de uma GLO, e o presidente é contra a GLO. Cada hora há uma justificativa para não colaborar.”
Consequentemente, o estado do Rio de Janeiro teve que enfrentar sozinho uma das maiores ameaças à segurança pública da história recente do Brasil, sem o apoio federal que seria não apenas desejável, mas moralmente obrigatório.
O Discurso Vazio na Malásia: Culpando os Usuários de Drogas
Enquanto o Rio sangrava, o presidente Lula discursava na Malásia sobre paz mundial e humanismo. “Quem é que se conforma com a duração da guerra entre a Ucrânia e a Rússia? Quem é que pode se conformar com o genocídio impetrado na Faixa de Gaza?”, questionou o presidente em seu discurso.
Mas o mais grave veio quando Lula abordou o tema do tráfico de drogas. Em sua fala, o presidente sugeriu que a responsabilidade pelo problema está nos usuários de drogas, não nas políticas públicas de combate ao narcotráfico. “Enquanto existir quem compra droga, vai existir quem vende droga”, afirmou, transferindo a culpa para os consumidores e ignorando a omissão do Estado em desmantelar as organizações criminosas.
A ironia é gritante: Lula expressa preocupação com a violência em outros continentes e culpa usuários de drogas pelo tráfico, mas se mantém omisso diante da guerra urbana que acontece em território nacional. Enquanto ele fala sobre humanismo e paz no exterior, famílias cariocas viviam horas de terror, presas em suas casas pelo tiroteio, sem acesso a hospitais ou serviços essenciais.
A Contradição do Governo Sobre as Bets
A omissão do governo federal na crise de segurança do Rio ganha contornos ainda mais problemáticos quando analisamos a atenção desproporcional que a administração Lula tem dado a outros assuntos, como a regulação das apostas esportivas.
Prioridades Invertidas
Nos últimos meses, o governo federal tem dedicado tempo e energia consideráveis para regular as bets, chegando até a criticar a própria Caixa Econômica Federal por lançar uma plataforma de apostas. No entanto, quando se trata de combater o crime organizado que controla territórios inteiros e mata policiais com armamento de guerra, a resposta é silêncio e omissão.
Além disso, em discursos recentes, membros do governo chegaram a culpar os próprios usuários pelas consequências negativas das apostas online, desviando a responsabilidade de políticas públicas efetivas. Essa mesma lógica de “culpar o indivíduo” parece se aplicar agora à segurança pública: o governo sugere que os estados devem resolver sozinhos seus problemas, enquanto se exime de sua responsabilidade constitucional.
O Crime Organizado Como Problema Nacional Ignorado
O Comando Vermelho não é apenas um problema do Rio de Janeiro. A facção criminosa opera em diversos estados brasileiros, com ramificações que chegam ao Pará, conforme revelado pelas próprias investigações que resultaram na Operação Contenção.
Uma Ameaça Transnacional
As investigações apontam que cerca de 30 traficantes ligados ao CV operam no estado do Pará. Isso demonstra que estamos lidando com uma organização criminosa de alcance nacional, que exige uma resposta coordenada em nível federal, não ações isoladas de estados individuais.
Portanto, a recusa do governo federal em fornecer apoio adequado não é apenas uma questão de desentendimento político entre diferentes partidos. É uma falha estrutural na coordenação de segurança pública em um país onde o crime organizado há muito ultrapassou as fronteiras estaduais.
Território Sob Controle Criminoso
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, revelou que a operação visa corrigir uma “desordem” de aproximadamente 9 milhões de metros quadrados. Cerca de 280 mil pessoas vivem nas 26 áreas afetadas pelo domínio das facções criminosas.
“Estado de guerra que a gente vive no Rio de Janeiro”, afirmou Santos em entrevista. “Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada, com inteligência, e que vai continuar.”
A Retaliação das Facções e o Terror na População
Como era de se esperar, a megaoperação não passou sem retaliação violenta por parte do Comando Vermelho. Os criminosos bloquearam diversas vias importantes da cidade, transformando o dia em um pesadelo para a população carioca.
Cidade Refém
As principais vias de acesso do Rio de Janeiro foram bloqueadas por veículos incendiados, incluindo:
- Avenida Brasil – uma das mais importantes da cidade
- Linha Vermelha – via expressa essencial
- Linha Amarela – corredor fundamental de transporte
Além disso, um ônibus do transporte coletivo foi sequestrado e usado como barricada, demonstrando o completo desprezo dos criminosos pela população civil. Escolas públicas e universidades tiveram que fechar suas portas, e centros de comércio popular permaneceram inacessíveis.
Impacto na Saúde e Educação
A Secretaria Municipal de Saúde informou que cinco unidades de Atenção Primária não puderam abrir, enquanto outras suspenderam visitas domiciliares. Na educação, além das dezenas de escolas municipais fechadas, um colégio estadual também interrompeu suas atividades.
Consequentemente, milhares de crianças ficaram sem aulas, famílias sem acesso a cuidados de saúde, e trabalhadores impossibilitados de chegar a seus empregos. O custo humano e econômico dessa situação é incalculável.
A Batalha Política e a Busca por Bodes Expiatórios
Como era previsível, a tragédia no Rio rapidamente se transformou em uma disputa política entre diferentes esferas de governo. No entanto, o que deveria ser um momento de união em torno de um problema nacional tornou-se mais um episódio de acusações mútuas.
A Resposta Tardia do Ministério da Justiça
Apenas no meio da tarde, depois que a situação já havia se tornado insustentável e diante das críticas do governador Castro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou uma longa nota rebatendo as acusações.
Segundo o MJSP, o ministério “tem atendido, prontamente, a todos os pedidos do Governo do Estado do Rio de Janeiro para o emprego da Força Nacional no Estado”. A nota também afirmou que “com investimentos significativos e esforços contínuos, o MJSP permanece empenhado em assegurar resultados efetivos”.
No entanto, essa resposta levanta questões óbvias: se o governo federal estava “prontamente atendendo” aos pedidos, por que três solicitações de blindados foram negadas? Se há “esforços contínuos”, por que o estado se viu sozinho na maior operação de sua história?
Reunião de Emergência Sem o Presidente
Com o presidente ainda em voo de retorno da Malásia, coube ao vice-presidente Geraldo Alckmin convocar uma reunião de emergência no Palácio do Planalto. A reunião, descrita como “de caráter emergencial”, contou com a presença de diversos ministros, mas aconteceu apenas depois que o pior já havia passado.
Sendo assim, a pergunta que fica é: onde estava a liderança federal quando o planejamento dessa operação estava sendo feito nos últimos 60 dias? Por que foi necessário esperar por 64 mortos para que o governo federal se dignasse a convocar uma reunião de emergência?
As Prisões e o Futuro Incerto
Apesar do alto custo em vidas humanas, a operação resultou na prisão de algumas lideranças importantes do Comando Vermelho. Entre os capturados está Nicolas Fernandes Soares, operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”, um dos chefes da facção.
Capturas Importantes
Também foi preso Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quitungo”, apontado como o líder da comunidade do Quitungo. Foram apreendidos armas, motocicletas e diversos rádios comunicadores usados pelos criminosos.
No entanto, surgem questões sobre a efetividade de longo prazo dessas prisões. Outros bandidos conseguiram fugir por trilhas clandestinas em mata na região, conforme registrado por drones da polícia. O governo investiga se houve vazamento de informações sobre a operação.
O Ciclo Interminável
A história do Rio de Janeiro é marcada por operações policiais que prendem lideranças criminosas, apenas para vê-las substituídas rapidamente por outros membros da organização. Portanto, sem uma estratégia federal de longo prazo que inclua não apenas ações repressivas, mas também investimentos sociais e econômicos nessas áreas, as operações pontuais tendem a ter efeitos limitados.
O Discurso Sobre “Condições de Vida” Como Desculpa
Em pronunciamentos anteriores sobre segurança pública, o presidente Lula tem repetido um discurso que, embora contenha elementos de verdade, soa cada vez mais como uma desculpa para a inação.
A Fala Que Não Resolve
“Temos um problema crônico de enfrentamento ao crime organizado. A verdade é que enquanto o povo brasileiro passar fome, enquanto tiver muito desemprego e muita gente abandonada, há uma possibilidade de crescimento do crime organizado”, disse Lula em ocasião anterior.
Embora seja verdade que as condições socioeconômicas influenciam a criminalidade, esse discurso tornou-se uma muleta para justificar a falta de ações concretas no presente. As famílias que viveram o terror desta terça-feira no Rio não podem esperar décadas até que as “condições de vida” melhorem magicamente.
Além disso, esse tipo de retórica coloca implicitamente a culpa na população mais pobre, como se a pobreza fosse automaticamente geradora de criminalidade violenta. Ignora-se que milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade escolhem diariamente o caminho da honestidade e do trabalho, apesar das dificuldades.
Comparação com a Atenção Dada às Apostas Online
O contraste entre a atenção que o governo federal dedica às apostas online e aquela dedicada ao crime organizado armado é, no mínimo, desconcertante.
Energia Para Regular Bets, Omissão Para Combater o CV
Nos últimos meses, o governo Lula:
- Editou dez portarias para regulamentar as bets
- Criou uma base de dados para impedir beneficiários do Bolsa Família de apostar
- Ameaçou acabar definitivamente com as apostas online
- Criticou publicamente a própria Caixa por lançar uma plataforma de apostas
- Culpou os próprios usuários pelos problemas relacionados às apostas
Enquanto isso, para combater facções criminosas que controlam territórios equivalentes ao tamanho de cidades inteiras, a resposta é: negar empréstimo de blindados, evitar decretar GLO, e manter-se fisicamente ausente do país durante a maior crise de segurança em anos.
Recentemente na Malásia: Culpando os Usuários de Drogas
Em seu discurso na Malásia, enquanto o Rio se preparava para a megaoperação que viria dias depois, Lula fez uma declaração que chocou muitos brasileiros. Ao falar sobre o narcotráfico, o presidente afirmou que “enquanto existir quem compra droga, vai existir quem vende droga”, transferindo a responsabilidade pelo tráfico para os usuários de drogas.
Essa postura de culpabilização do indivíduo, ignorando décadas de omissão do Estado no combate às organizações criminosas, revela uma tendência preocupante do governo em se eximir de responsabilidades. Em vez de apresentar estratégias concretas para desmantelar o Comando Vermelho e outras facções, o presidente prefere responsabilizar a população pelo problema.
Além disso, essa lógica simplista ignora a complexidade do narcotráfico como problema de segurança nacional, que envolve rotas internacionais, lavagem de dinheiro, corrupção institucional e organizações criminosas armadas como exércitos. Culpar o usuário final é desviar a atenção da real omissão do Estado em suas funções de segurança pública.
O Que Precisa Mudar Urgentemente
A tragédia no Rio de Janeiro expõe falhas estruturais que exigem respostas imediatas e de longo prazo. Não há mais espaço para discursos vazios e omissões convenientes.
Ações Federais Necessárias
O governo federal precisa, com urgência:
- Criar uma força-tarefa nacional contra o crime organizado, com participação das Forças Armadas quando necessário
- Fornecer equipamento e recursos adequados aos estados que enfrentam facções armadas
- Estabelecer uma estratégia de longo prazo que vá além de operações pontuais
- Investir em inteligência para desmantelar as redes financeiras do crime organizado
- Coordenar ações entre estados, reconhecendo que o CV opera nacionalmente
- Tratar o narcotráfico como questão de segurança nacional, não apenas estadual
Além disso, é fundamental que o presidente da República demonstre liderança presente e ativa nessas questões, não apenas discursos após tragédias consumadas.
Reflexões Finais: Um País Refém da Omissão
A operação no Rio de Janeiro, com suas 64 vítimas fatais, não deveria ser normalizada ou aceita como inevitável. Cada vida perdida representa uma falha do Estado em cumprir sua função mais básica: garantir a segurança de seus cidadãos.
Enquanto o presidente da República viajade continente em continente discursando sobre paz mundial e humanismo, brasileiros vivem sob o domínio de facções criminosas armadas com drones e granadas. Enquanto o governo dedica energia para regular apostas online e culpar usuários, nega blindados aos policiais que arriscam suas vidas enfrentando narcoterroristas.
A contradição é insustentável. A omissão é indefensável. E a população brasileira, especialmente a carioca, merece muito mais do que promessas vazias e discursos sobre “condições de vida” enquanto vive sob tiroteios e bloqueios promovidos por organizações criminosas.
Sendo assim, fica a pergunta: quando o governo federal vai tratar a segurança pública com a mesma seriedade que trata a regulação de bets? Quando vai reconhecer que o problema do crime organizado exige presença, liderança e ação, não ausência, discursos e omissão?
O Rio de Janeiro merece respostas. O Brasil merece respostas. E essas respostas precisam vir acompanhadas de ações concretas, não de mais viagens internacionais e reuniões de emergência após o pior já ter acontecido.
E você, o que pensa sobre a omissão do governo federal nesta crise? Compartilhe sua opinião nos comentários e cobre dos nossos representantes a atenção que essa tragédia exige!
Fontes e Referências:
Presidente Lula Enfrenta Novo Pedido de Impeachment Focado em Gestão Econômica


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