Spirituality

Lilith e Eva: Uma Investigação sobre a Criação

A Bíblia cristã apresenta Eva como a primeira mulher, criada da costela de Adão. Entretanto, textos apócrifos como o Alfabeto de Ben Sira descrevem Lilith como formada ao mesmo tempo que Adão, do mesmo pó da terra. Essa diferença, portanto, abre espaço para investigar contradições na narrativa cristã.

O Conflito da Igualdade

Lilith exigiu igualdade desde o início e afirmou que não deveria se submeter. Adão, por sua vez, reivindicou autoridade. Assim, o embate tornou-se simbólico e não apenas físico. Em contraste, Gênesis 2:23 mostra Adão declarando sobre Eva: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne.” Essa frase, consequentemente, reforça dependência e submissão.

Inconsistências no Texto Bíblico

Em Gênesis 1, Deus cria homem e mulher juntos. No entanto, em Gênesis 2, apenas Adão aparece até que Eva seja formada da costela. Essa mudança sugere que uma figura feminina anterior — possivelmente Lilith — foi omitida ou reinterpretada. Além disso, estudiosos destacam que tradições judaicas antigas já descreviam Lilith como espírito noturno, o que fortalece a hipótese de exclusão intencional.

A Fuga e o Legado

Após recusar a submissão, Lilith pronunciou o Nome Inefável e fugiu para perto do Mar Vermelho. Em seguida, três anjos tentaram trazê-la de volta, mas ela resistiu. Como resultado, Lilith passou a ser associada a demônios e ao arcanjo Samael. Finalmente, Eva surgiu como a segunda mulher, criada da costela, garantindo uma narrativa de maior submissão.

Questões para o Cristianismo

  • Se Gênesis 1 fala de homem e mulher criados juntos, quem seria essa primeira mulher?
  • Por que a Bíblia enfatiza Eva como “carne da minha carne”, mas ignora Lilith?
  • Seria Lilith uma tradição apagada para reforçar a submissão feminina?

Reflexão Final

O mito de Lilith levanta questões sobre a construção da narrativa bíblica e o papel da mulher. Além disso, revela como diferentes tradições moldaram a visão cristã. Enquanto Eva simboliza dependência, Lilith representa resistência e igualdade. Portanto, essa dualidade continua relevante nos debates atuais sobre gênero e religião.

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