Joesley Batista em Caracas: o empresário brasileiro que tenta convencer a renuncia de Maduro
O coproprietário da JBS, Joesley Batista, realizou uma viagem discreta a Caracas em 23 de novembro, com o objetivo de persuadir o presidente Nicolás Maduro a renunciar ao cargo. A iniciativa, revelada pela Bloomberg e confirmada por veículos como O Globo, Gazeta do Povo e G1, insere Batista como um inesperado elo entre o governo Donald Trump e o regime chavista.
Uma ponte improvável
De acordo com fontes próximas à Casa Branca, autoridades norte-americanas estavam cientes da visita, mas destacaram que Batista agiu por iniciativa própria. A holding J&F, controlada pela família Batista, reforçou que o empresário “não é representante de nenhum governo”. Ainda assim, sua presença ocorreu dias após uma ligação telefônica entre Trump e Maduro, na qual o republicano teria dado um ultimato para que o líder venezuelano deixasse o poder.
Pressão militar e risco de intervenção
Desde agosto, os Estados Unidos mobilizaram um aparato militar no Caribe, alegando combater o narcotráfico. Mais de 20 embarcações foram bombardeadas, resultando em mais de 80 mortes, segundo Reuters e Al Jazeera. Trump chegou a declarar que ataques terrestres poderiam ocorrer “muito em breve”, ampliando o temor de uma intervenção direta. Maduro, por sua vez, acusou Washington de tentar derrubar seu governo e afirmou que a Venezuela “não aceitará uma paz de escravos”.
Laços econômicos e histórico da JBS
A família Batista mantém relações comerciais com a Venezuela há mais de uma década. Em 2009, a JBS assinou um contrato de US$ 2,1 bilhões para fornecimento de carne e frango ao país, segundo IstoÉ Dinheiro. Esse histórico reforça a posição de Joesley como figura capaz de abrir canais de diálogo, ainda que informalmente.
O que está em jogo
- Transição pacífica: A iniciativa buscou oferecer uma saída negociada para Maduro, evitando escalada militar.
- Credibilidade institucional: A ausência de representação oficial levanta dúvidas sobre o peso real da visita.
- Impacto regional: Qualquer mudança em Caracas repercute diretamente no Brasil, especialmente em Roraima, porta de entrada de migrantes.
- Geopolítica global: O episódio mostra como empresários podem se tornar atores inesperados em crises internacionais.
Conclusão crítica
A viagem de Joesley Batista a Caracas é mais do que um gesto isolado: revela a complexidade da crise venezuelana e a multiplicidade de atores envolvidos. Enquanto Trump intensifica ameaças militares e Maduro resiste, a presença de um empresário brasileiro como mediador expõe tanto a fragilidade das instituições regionais quanto a busca por soluções alternativas. Resta saber se esse movimento terá impacto real ou ficará como mais um capítulo curioso na longa disputa pelo futuro da Venezuela.
CTA: Quer acompanhar os desdobramentos da crise venezuelana e o papel inesperado de atores privados? Explore outros artigos de Pedro Freitas e mantenha seu olhar crítico sobre a O coproprietário da JBS, Joesley Batista, realizou uma viagem discreta a Caracas em 23 de novembro, com o objetivo de persuadir o presidente Nicolás Maduro a renunciar ao cargo. A iniciativa, revelada pela Bloomberg e confirmada por veículos como O Globo, Gazeta do Povo e G1, insere Batista como um inesperado elo entre o governo Donald Trump e o regime chavista. Além disso, o episódio mostra como atores privados podem ganhar relevância em crises internacionais. De acordo com fontes próximas à Casa Branca, autoridades norte-americanas estavam cientes da visita, mas destacaram que Batista agiu por iniciativa própria. A holding J&F, controlada pela família Batista, reforçou que o empresário “não é representante de nenhum governo”. Nesse contexto, sua presença ocorreu dias após uma ligação telefônica entre Trump e Maduro, na qual o republicano teria dado um ultimato para que o líder venezuelano deixasse o poder. Portanto, a viagem se insere em um cenário de pressão crescente. Desde agosto, os Estados Unidos mobilizaram um aparato militar no Caribe, alegando combater o narcotráfico. Mais de 20 embarcações foram bombardeadas, resultando em mais de 80 mortes, segundo Reuters e Al Jazeera. Por outro lado, Trump chegou a declarar que ataques terrestres poderiam ocorrer “muito em breve”, ampliando o temor de uma intervenção direta. Enquanto isso, Maduro acusou Washington de tentar derrubar seu governo e afirmou que a Venezuela “não aceitará uma paz de escravos”. Assim, a visita de Batista ganha ainda mais relevância. A família Batista mantém relações comerciais com a Venezuela há mais de uma década. Em 2009, a JBS assinou um contrato de US$ 2,1 bilhões para fornecimento de carne e frango ao país, segundo IstoÉ Dinheiro. Além disso, esse histórico reforça a posição de Joesley como figura capaz de abrir canais de diálogo, ainda que informalmente. Todavia, a ausência de representação oficial levanta dúvidas sobre o peso real da visita. A viagem de Joesley Batista a Caracas é mais do que um gesto isolado: revela a complexidade da crise venezuelana e a multiplicidade de atores envolvidos. Enquanto Trump intensifica ameaças militares e Maduro resiste, a presença de um empresário brasileiro como mediador expõe tanto a fragilidade das instituições regionais quanto a busca por soluções alternativas. Assim, resta saber se esse movimento terá impacto real ou ficará como mais um capítulo curioso na longa disputa pelo futuro da Venezuela. CTA: Quer acompanhar os desdobramentos da crise venezuelana e o papel inesperado de atores privados? Explore outros artigos de Pedro Freitas e mantenha seu olhar crítico sobre a geopolítica latino-americana. Fontes:Joesley Batista em Caracas: o empresário brasileiro que tenta mediar a crise entre Trump e Maduro
Uma ponte improvável
Pressão militar e risco de intervenção
Laços econômicos e histórico da JBS
O que está em jogo
Conclusão crítica
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