Política

Chefe da ONU: Guterres chama resultado de “decepcionante”

Duas semanas após o encerramento da COP 30, realizada em Belém (PA), o secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o resultado como “decepcionante”. Apesar disso, ele ressaltou que o evento demonstrou que o multilateralismo ainda funciona, mesmo diante de pressões contrárias de grandes potências e da indústria de combustíveis fósseis.

Críticas e sentimentos contraditórios

Em participação no evento Reuters Next, em Nova York, Guterres afirmou ter “sentimentos contraditórios” em relação à COP. Por um lado, considerou notável que, mesmo com os Estados Unidos ausentes e setores econômicos atuando para travar avanços, foi possível chegar a acordos. Por outro lado, destacou que os progressos foram lentos e insuficientes diante da urgência climática.

Ausência dos Estados Unidos

Pela primeira vez, os Estados Unidos não enviaram representantes oficiais ao encontro. A postura adotada pelo presidente norte-americano foi de não se envolver em negociações climáticas, muitas vezes negando os desafios enfrentados, sobretudo pelos países do Sul Global. Essa ausência foi interpretada como um sinal de enfraquecimento da cooperação internacional em um momento crítico.

Resultados da COP 30

Segundo a diretora-executiva da COP 30, Ana Toni, o evento aprovou 29 textos e conseguiu consenso entre 195 países. Embora não tenha havido acordo sobre a paralisação do uso de combustíveis fósseis, foram firmados compromissos em financiamentos climáticos e mecanismos de solidariedade internacional. Nesse sentido, Toni destacou que o legado da conferência foi a capacidade de manter o diálogo multilateral em um cenário geopolítico fragmentado.

O que está em jogo

  • Credibilidade internacional: O Brasil buscava consolidar protagonismo climático, mas saiu com imagem fragilizada.
  • Financiamento: Acordos sobre recursos para países vulneráveis foram considerados insuficientes por especialistas.
  • Futuro energético: A ausência de consenso sobre combustíveis fósseis mantém a transição energética em compasso de espera.
  • Multilateralismo: Apesar das críticas, o evento mostrou que ainda é possível construir consensos globais.

Conclusão crítica

A COP 30 deixou um legado ambíguo: avanços diplomáticos em financiamento e solidariedade, mas frustração quanto à ambição climática. Para Guterres, o resultado foi decepcionante, mas também uma prova de que o multilateralismo resiste. O desafio agora é transformar os textos aprovados em ações concretas, sob risco de a conferência ser lembrada apenas como mais uma oportunidade perdida.

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Fontes:

  • Reuters – cobertura do evento Reuters Next
  • Bloomberg – análises sobre COP 30
  • O Globo – repercussão nacional
  • G1 – resumo dos acordos da COP 30
  • DW – críticas internacionais

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